Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Desancorada a luz flutua ao longo do horizonte estático Analógicos são os silêncios fluindo no poente algo enigmático Só um estóico e obstinado sussurro adormece além subtilmente profilático
Desencaixotado o tempo liberta cada hora resoluta e inabalável A saudade desempoeira um gomo de solidões genéricas e inevitáveis Sobre a melancolia de uma prece nostálgica fervilham palavras tão inolvidáveis
Sinto e saboreio a gastronomia das memórias famintas e imperscrutáveis Farto-me de divagar ao colo das maresias secretas, inconcussas e irrefutáveis Fecundo toda esta luminescência esculpida numa enxurrada de silêncios indesvendáveis