Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Neste palco o poente espreguiça-se tão meditativo Estóico geme o crepúsculo delirante e provocativo Paranóico o silêncio suicida-se num rumor retroativo
Neste palco o poente fecunda a noite com breus massivos Nos céus expectantes, o tempo fluidifica mil afagos curativos Entreaberta a madrugada consome tantos tríplices silêncios expressivos
A cada hora que além fenece aparalta-se um murmúrio tão felino Alimenta todos os côncavos e ígneos desejos quase subversivos Rasga o ventre das palavras prenhes de arabescos e rabiscos evasivos