Madruga,
um calor intenso
escuto passos, talvés
uma lebre correndo
em busca de algo.
Lembro você,
peito marcado pelo sol,
em caminhadas longas
em busca do pão.
Recordo as crianças
a fome, as enfermidades
seus olhos imensos
a me olhar.
Ainda oiço as vozes
do deserto, a chamar-me
em busca de ajuda,
chorei como a chuva.
Noites frias[em meu ser]
apenas se ouvia o toque
dos dedos doloridos
um som suave como o vento.
Sentados junto a mim,
olhos atentos e curiosos
sentia-se a melancolia,
mas doce era a recompensa.
Chegou o pergaminho
determinando o fim da jornada
escrito como o frio da morte
terminava nossa misão.
Em um dia de chuva,
as lagrimas misturavam-se
deixamos nosso povo
levando a dor no coração!
ltslima