Tatuei em versos minha solidão
astuta
me ludibriando os tons
de alegria que deixei pousar
na anatomia dos silêncios
despindo-se
sob o olhar da tua batuta
habitando-te sôfrego
bebendo-te à luz ténue dos
azuis celestiais onde finalmente
por ti me encorporei
pois assim não sei como
condimentar minha poesia
introvertida
desfragmentando todas as vigílias
da noite avassaladoramente de desejos
a ti compelida
assim partilhada
Aconchega-te aos meus instintos
e decerto nos atreveremos
galgando os
alentos
sedentos
pernoitando nos arruamentos
enfeitados do tempo fechado
no subscrito dos nossos contentamentos
onde pavimentamos à esquadria
cada beijo proscrito
no enrocamento duma vida
em erosões manuscritas qual
nutriente de amor
transbordando o assoreamento
deste leito onde nos embebedámos
à luz da luz soterrada
na minúscula avenida de cada lamento
infiltrado no declive dos nosso seres
em desesperado acasalamento
Frederico de Castro