Frederico de Castro

Frederico de Castro
Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Nasceu a 20 Junho 1961 (Bolama )
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Foi Verão



Adormecemos ao luar quase invisível

Da noite

Perpetuamos o verão numa

Paz trajada de monotonia

Ainda mal os primeiros raios

De sol descortinavam o teu belo

Ser aconchegado ao solstício

Onde se despem os dias mais longos

Perfumados com o ócio das nossas

Almas perecendo num abraço

Que o silêncio perpetuou numa tela de Picasso

Foi Verão

E as sombras onde magicámos

Cada beijo fugindo na calada

Da noite

Perdeu-se na eira da vida

Levada no repentino adeus

Onde remanesce tua

Buliçosa existência

...e eu incrédulo fico

Ali encostado à nesga

De alegria que ainda sobressai

Fiel à nossa conivência

Nos sintomas perpetuados

No vazio do tempo

Alimento ainda a chama

De tantos desejos dedilhados

Ao longo deste Verão

Latejando na longa agonia

Embarcando no lúdico momento

Onde te bebo com todas as

Irreverências do teu ser perfilado

Agora...num pacto

Eternamente por nós selado

Frederico de Castro