Armando A. C. Garcia

Armando A. C. Garcia
Nasceu a 12 Novembro 1937 (São Paulo)
Comentários
Gostos

As Contas que Pagamos

As Contas que Pagamos...

Pagamos segurança particular,
Pagamos altos pedágios nas estradas
As contas de água, são muito elevadas
Eletricidade... a luz temos que apagar.

Pagamos imposto de renda no salário,
Gasolina com álcool... ao preço do dólar
Cartão de zona azul, na porta do lar!
De tantos pagamentos julgo-me otário...

IPTU e aluguel para morar,
ICMS e IPI nos alimentos !
Nas roupas, sapatos, vestimentos.;
E cemitério, ao final para enterrar.

À justiça, taxas para nos julgar.;
Convênio médico, seguro de vida,
Do automóvel, da casa, da ferida.
Condomínio e, até para estudar.

Taxas de lixo, licenças p'ra trabalhar.;
Nas rodoviárias.; até para urinar!...
Ao Banco, para nosso dinheiro guardar
Nas igrejas, pagasse até para rezar !

Também, p'ra poder ver, ou poder ouvir
É pagar, sem bufar, ou questionar.
Pagasse para falar e, p'ra sentir
Nalguns Shoppings, até para estacionar!

Pelo pouco que temos, temos tanto a pagar
Qual caminho, que começa, e não tem fim...
INSS, para poder trabalhar!
Sindicatos e siglas, tais ninhos de cupim

P'ra tudo o homem inventa o que pagar
Nada ele faz.; se nada poder cobrar
Pergunto meu Deus... p'ra quê trabalhar.
Não será melhor no mato me enfiar?

Ao MST acho que vou me engajar
De invasão, em invasão de terra.;
Na gleba, o imposto não me ferra
E o governo, me ajuda a sustentar

Assim questiono-me, p'ra quê trabalhar
P'ra pagar imposto, nunca terminado...
Eu vou para a roça, cuidar do meu gado,
Ou vou p'ra lagoa os peixes pescar.

O que não quero.; é tanta coisa pagar...
O que pago é tanto.; o que como é tão pouco
De tantos encargos, eu vou ficar louco
Será que compensa eu assim labutar?

Na roça, vou viver mais feliz, contente
Livre de tantas obrigações impostas.
E o governo, que hoje me vira as costas
No social.; dará ajuda, a mais um carente.

Porque terra sem implementos não dá fruto
nem sustento. E pegar o cabo da enxada...
Curva a cerviz, e deixa a mão calejada!
É trabalho que além de escravo, é bruto.

No aguardo dos implementos e insumos
O governo vai-nos dando o sustento,
Assim acaba de vez meu sofrimento.
E dou aos impostos e taxas novos rumos.

São Paulo, 08/08/2004
Armando A. C. Garcia

Visite meu Blog: http://brisadapoesia.blogspot.com