Aterro na cama
e não sou um avião.
Deixo a consciência
debaixo o colchão.
O corpo olha-te
de lado,
vivo,
afogado na fantasia
diluída na pele.
Trazes a faca
para me esfaqueares.
Cortas-me a cabeça.
Não penso.
Cerra-me os lábios
Com a língua.
Leva as palavras duras
para a rua.
Atira o meu coração
pela janela.
Deixa lá o peso das estrelas.
Habita,
mortal,
o reverso do que
há em mim.
Queres voar?