Sustidos ficaram os sentidos em cada pedacinho
De silêncio mais intimo deambulando solitários pelas
Ladeiras do tempo onde atapeto cada lágrima
Rolando infinita e passageira
Tento saber de ti mas a saudade refugiou-se
Entre as trepadeiras da vida que vindimo
A cada vinícola colheita de amor onde redimo a
Memória embebedada e insuspeita
Guardo no sótão do tempo um poema alvorecendo
Vagabundo,compilando todas as solidões adormecidas
No regaço majestoso e submisso desta vida instável, inquieta
Parindo meu desassossego displicente e irreparável
No caule dos silêncios enxertei meus versos impotentes
Debilitados, indiferentes a todos os queixumes impressos
Numa lágrima velada, atrevida...reincidente, assim que me
Ausento no desacerto de cada hora comovida e complacente
Frederico de Castro