Todo eco invade o olhar brilhando na candura
De muitos gestos latentes deixando sem remetente
Aquele sorriso oculto na perfumada lembrança que
Reinvento cada vez que acoberto festejos e folganças
Coexistindo gratuitamente seduzidas pela pujante esperança
Nas teias do tempo armei meu diálogo embebido nas
Palavras delicadamente audazes, tentadoramente fugazes
Delirando pelo corpo do silêncio onde teço as mais nobres
Fantasias poéticas entranhando-se no curvilíneo momento
Infestado de beijos e abraços...oh, como eu sei tão vorazes
A caravela das ilusões zarpou agora deixando meu porto
Mais inseguro solitário, obscuro, sedando a noite que implode
Vítima de uma ilusão déspota imigrando pela diáspora dos
Tempos que embalam meu repertório insaciável de
Palavras e versos inalienáveis
A luz engoliu a solidão que ainda pernoitava nos aposentos
De uma desfragmentada madrugada e ali, in extremis desatei
osnós do prazer onde em cada vestígio do teu perfume me
algemara aquietando todas as carícias que sedento resgatei
e até minhas dores sarara
Frederico de Castro