Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Remota e longínqua refugia-se a solidão entre A folhagem deste exílio que se esconde tão proscrito Alimentando e cutucando os ardores poéticos desta mísera E afinada ilusão serpenteando todo o silêncio em reclusão
O silêncio à la gardère recrudesce integro e despojado Sempre mais atrevido colorindo a lingerie da noite que agora Se despe brandindo tanta emoção suspirando quase depravada
Os ventos em surdina trazem outros perfumes acocorados ao Tépido semblante da memória onde rastreio tantos desejos enamorados Aplaudindo a academia das saudades onde te guardo sempre tão obcecado
Desbaratei a formusura de cada paixão convertida num pranto exaltado Premeditei até este silêncio que permanece pelejando mais recatado À la gardère até que a noite flameje pra nós assim robusta, vistosa...resignada