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Aquela leda madrugada

Recordo aquela leda madrugada,
No cais, sentada a ver o mar,
Pensando em ti, meu amor,
Sob o amargo consentimento do luar;

As ondas arrastavam-se, preguiçosamente,
Como se não me quisessem ver sofrida,
A brecha de luz que da lua vinha
Permitia a muitos ver-me ferida;

Lembro-me que comecei a sorrir,
Se por desdém ou paixão, não sei,
Talvez pela mágoa de te ver partir;

Deixei o meu pássaro voar,
Não encontrará quem o ame tanto,
Mas, para mim não ouse, nunca mais, voltar.