Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
A madrugada já desesperada transborda pela escuridão Adentro calando cada imarcescível gomo de luz escondido Entre as vestes do tempo onde injecto nas veias toda solidão Como um bálsamo regenerador e imperecível
Cortei o tempo em fatias e depositei-o entre as Paisagens desta saudade encravada no atordoante e Pulsátil sonho tão singelo e insinuante ladrilhando depois a Calçada da noite com troantes silêncios sempre mais itinerantes
Encalhados na curva da solidão deixei meus sonhos tiritando No degelo da madrugada mais cativante onde sem mais Adjectivos me embebedo dos teus perfumes bem desconcertantes
Alimentei as cores de todos os crepúsculos para que a tela da vida Se enfeite de festivos carinhos esgueirando-se pelos galantes e engalfinhados Lamentos da noite onde purgo cada desejo...a dois tão bem compartilhados