- quando o absurdo deixou de ter limites...
Longos dias tem estes silêncios mais indescritíveis
Matam a chama da alma madrugando no pavio das solidões mais
Imedíveis...minguando como a lua nos seus quartos secretos e iludibriáveis
Morrem por fim os adjectivos mais funestos deste silêncio
Quase imperial e irreconciliável tão voláteis quanto o voo da libélula
Desaparecendo pelas sombras do dia sussurrando inflexível e inolvidável
Abstêm-se todos os surdos gritos sentidos no sigilo da madrugada
Tão irrevogável para assombro da luz que ateio à chama mortiça
Ainda que perplexa, tão ígnea, fatal, tangível...até o silêncio enfeitiça
Esvaem-se todos os silêncios no fado do tempo que me é tão imprescindível
Pecúlio da fé que ainda alimento em cada reavivante verso apetecível
Exposto à fúria de uma hora que morre lenta, lentamente irresistível
Frederico de Castro