Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Esquecido ficou o silêncio quase dissolvido Num pranto insolente e vadio Lascivo amanhecer este que rompe a lúgubre Solidão entre subtis abraços e desejos tão reabsorvidos
Desperta a manhã com gestos embriagantes Alheia e dispersa num vago luar ruiu uma hora Banal, cortês...vagante, empoleirada a sinfónicas Caricias que se aninham em minh'alma assim quase rogante
Segui noite dentro ténues vestígios de um luar Doce e apelativo mastigando a solidão Que se apieda de nós assim indiferente...oh desilusão Por quem sois, senão mais uma ilusão a apaziguar
A madrugada cuidadosamente esculpida por beijos Perpétuos recobra o sedento desejo do amor fluindo Entre dois corpos...dois pensamentos que purgam das Palavras apaixonadas um silêncio qual fogo fáctuo nos consumindo