Hoje acordei e olhei para o céu,
Sabe o que eu vi?
Nada além de nuvens,
No meu corpo,
Uma moleza gigantesca,
Me possuindo pelos poros,
Fazendo-me espreguiçar,
Olhando para fora da janela,
Sem saber para onde,
Totalmente ignoto.
Adentrei-me à sala,
Liguei a TV,
Deparei-me com o de sempre,
Desliguei-a num instante,
Não desejava aumentar o meu desânimo,
Diante de um cenário nada positivo,
Tragédias difusas,
Tal qual minhas incertezas.
Sem pestanejar,
Acendi um cigarro,
Sentei-me na varanda,
A olhar os transeuntes,
Em suas máscaras de ferro,
Afoitos e corriqueiros,
Em seus traços mórbidos,
Herança da morte,
Em olhares contrafeitos,
De uma subsistência em farrapos.