Vozes de longe chamam, num som,
Velho e vulgar leve velejar.
Alto, lacrimejante, som,
amarelo escorregadio,
tão frio.
Flamejante, arquejante.
Se respira, mata-o.
Por Deus, corta-o.
Nos céus, apaga-o.
Quem és tu, flor biliar?
Amargas as dores,
dos sons dos horrores,
rindo e rodando,
verde vento a urrar.
Azul o marulhar, a espumar.
A agarrar e a sorrir, encrustado,
numas rochas que não tens.
Em ti, não as tens.
São sãs e os sóis sibilam.
Que te queimes e afogues,
no vermelho da tua fé.
às chamas que lambes,
pede que te matem de pé.
és uma árvore, lilás.
Podre e pungente.
Nessas raízes jaz
esse amor demente.
15/06/2018
Vagamente inspirado no filme 'The Wicker Man' (1973)