Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Acomodei-me a este silêncio que foge numa Nesga de tempo deixando no receituário da vida Dois cálices desta solidão bem dirimida onde depois Me embebedo qual doido varrido
Pousou aos ombros da noite esta realidade Paralela consolidando toda a escuridão quase Tridimensional, para esta angustiante partida Num poente deambulando acolá tão extravagante
Deixei a noite fragilizada, em cacos Caminhei pelos últimos degraus desta ilusão Quase bárbara e ultrajante, antes mesmo que A madrugada feneça nesta hora vazia e relutante
São só mesmo um punhado de lamentos esquecidos Encurralados à silente escuridão onde se aquartelam Dois centímetros de um silêncio muito apetecido ou a Génese da amizade que resguardo mais que enternecido