Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Assento-me naquele lamento Deixo em detrimento do tempo Um silêncio cativante em deferimento
Suaves e celestiais acasalamentos fluem Pelas ilusões que acolá estremecem Em intermináveis fragmentos
Aos sons serenos cantam ecos sonolentos Deixando vespertinos cânticos delirando em Tantos pas de deux em descarrilamento
E enquanto na alma gemem e choramingam Aveludados silêncios de arrependimento, ilumina-se O halo da solidão enclausurada neste sentimento
No cinábrio dos tempos brilha a luz espasmódica De tantos, tantos beijos de entretenimento, carcomidos Pela hora já adiantada que envelhece sem consentimento