Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Perco-me na foz deste tempo escorregadio Amadurecendo cada hora suada, faminta, Enxotando o silêncio degustado num lascivo Momento de prazer que agora pressinto
Recompõe-se a solidão depois de deixar interdita Outras tantas saudades quase inauditas Vicia-se destas bucólicas palavras embebedadas Até ao frémito de mil caricias sempre bem respaldadas
De muitas ambíguas ilusões se converteu a noite Deixando esfarrapadas quaisquer memórias que depois Se dissipam pela madrugada ternamente apaixonada
Com um elã fantástico renasce o dia alijado em breves Sussurros quase assombrados deixando-nos fartos, Despertos, impunemente carentes...mas tão saciados