Quantas noites sangrei,
No silêncio vertente,
Alma descendo pelo corpo,
Desejando partir,
De tanta solidão doída,
Feito flor selvagem,
Longe de tudo,
Ao fim da primavera.
Quantas vezes morri,
No grito estridente,
Aos lânguidos ouvidos surdos,
Dos meus ais emudecidos,
Sopro de vida ao fio da espada,
Do meu surreal exílio,
Feito um barco a deriva.
Quantas vezes revivi,
Nos paralelos indubitáveis,
Sonhos imensuráveis,
Após longa estiagem,
Desta rebelde humanidade,
Repleta de passos enfadonhos,
Precisos em seus labirintos,
Cadinhos de álibis finitos.