Neste precário silêncio desponta a manhã
Desprotegida de luminescentes solidões
Vive cada hora no prefácio destes versos
Consumidos com tantas infectantes emoções
Como um foragido o tempo algemou-se numa
Brisa passageira, pousando aqui e acolá sem
Mais subterfúgios, deixando um sóbrio desejo
Autenticado na estética de cada retumbante gracejo
Além degenera a arquitectura da noite qual alimento
Para a cartilagem do meu silêncio ainda resistente
Atrofiante escuridão que pleita num relapso carinho latente
Realço a manhã que desponta encadeada de luz
Tão intermitente, deixando erráticas palavras a flutuar
Além onde badalam caricias e memórias que quero perpetuar
Frederico de Castro