Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Deitei-me na esteira do tempo Adormeci numa ilusão parca e cronológica Fiz de duas rectas um segmento de silêncios onde Pernoito numa insustentável leveza quase cosmológica
Estanquei toda a hemorragia que a noite Ferida teceu vagabundeando em surdina pelas Ruelas prenhes de tanta solidão onde qual gazua Se abriam as margens do tempo marulhando de lassidão
Alistei-me no exército da solidão onde pontificam Os sussurros de tantas brisas marchando sob a cadência De uma memória interminavelmente fogosa, ternamente fervorosa
Na quermesse dos dias que fluem em sinistros lamentos arribam Ao mastro da fé tantas coloquiais emoções calorosas deixando Esquiar pelas palavras etéreas minhas orações sempre vigorosas