Adulava eu a noite enquanto a escuridão
Lá fora se despia para o breu esquivo
Tão ternamente sensual e introvertido
Na pauta da solidão escrevinho a caligrafia
Do silêncio exposto ao desdém de uma caricia
Arrebatada literalmente apaixonada
Caprichada a manhã veste-se airosa para
Engalanar os sorrisos agora resgatados
Bailando para a vida que chocalha feliz e excitada
No limiar das horas correndo pelo ermo das
Ilusões supracitadas, engulo todas as plenas
Emoções impressas numa doce caricia exaltada
E assim se tornou abissal este vazio quase flertado,
Quase inusitado, onde o silêncio indefeso madruga
Resvalando pelo vão de um lamento pra sempre obstinado
Frederico de Castro