Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Acende-se o dia consolado por deflagrados Gomos de luz felizes e saciados Forjando nos filamentos do silêncio um Desejo ternamente felino e enamorado
Haja uma bendita luz além da escuridão para que, Na soleira da manhã se recolham pedacinhos de Sol à mercê desta solidão inerte, muda, esvaziada Amplificada por um abissal silêncio tão falsificado
Aos encontrões as palavras reverberam implodindo Num verso astuto e desaforado, até reencontrem Uma rima que rime desesperadamente chanfrada
Vem chegando de mansinho uma brisa defenestrada Pela solidão, impávida e serenamente depurada Ficando mais que erectas tantas, tantas caricias desvairadas