Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Expiro da luz ténues sombras Encrustadas nesta meiga melancolia Para que depois nenhuma dúbia palavra Feneça entre o halo deste silêncio repressivo
Nesta longa jornada etérea caminho léguas Rumo à doce e peregrina esperança persuasiva Além onde passeiam caricias ressacadas Recostadas nesta propicia fantasia tão ostensiva
Supre-me esta noite proscrita toda a solidão abusiva Mascarando cada hora errante fluindo num eco traquina Fadado a uma fé e a uma oração decerto mais adesiva
Desliza nas memórias rentinho à saudade uma lesada Lembrança quase erosiva, deixando um póstumo e inflexível Silêncio a deambular na madrugada envergonhada e irredutível