Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Entre as paredes do tempo resguardo Aquele silêncio desalinhado e vagabundo Deixando atordoada qualquer hora gravada Numa multidão de memórias tão gradas
De Mozart a Vivaldi ecoa uma catarse musical Purgando e purificando os sentidos num dramático Lamento substantivamente sinusal, qual overdose Para o coração batendo, batendo de forma bestial
Em desordem a noite sacode esta escuridão Quase funesta e abissal onde impera a emoção Mais introspectiva efémera e colossal
Restos de luz persistem emaranhadas num breu Felino, quase acidental até ensopar a saudade que irrompe Pela alma carente, faminta…admiravelmente irreverente