Os céleres ritmos nativos do tempo
Onde as estações evocam aquarelas
E guerras da vida borrões no relento
Estão as faces das mesmas paralelas
Arte em pinceladas nos áureos poentes
Onde em cantatas de pássaros festejam
E rios procelosos vertem as enchentes
Serpenteiam a terra em ritmo diferente
No limbo pedras que vergam barrancos
Como o homem caminha em seus trancos
Na matéria tateiam cegos na indiferença
Se ouvidos se alertarem em este indriso
Haverá resgate e salvação neste paraíso
O homem não andara cego no escuro
Carbonos compõem a magna essência
Evoluirão na mão de Deus nosso futuro
Alma Gort
Falando dos anos
Restou-me dos momentos...a saudade
Das dores da vida a cortina envelhecida
E atrás dos bastidores deixei esquecida
A jovem face que transladou na idade
Fugindo aos dissabores joguei no relento
Os restos das paixões já encharcadas
Pelas ausências de amores endossadas
Que se tornaram vagas em seus intentos
E um dia viu-se nua a tela da existência
Estava as cores desbotadas em essência
Que desfez dos anos em seus momentos
E sentindo um sonho em outra dimensão
Foi se tornando forte o velho coração
Tornou-se rocha de seus sentimentos.