Já era a noite grata temperança,
Quando encontrei o teu beijo,
Tendo tua alma toda nua,
Vertendo em meu corpo o céu,
Enlevo do paraíso aos meus lábios,
Serena afeição que me sossega.
Cobriu-me teu véu de ternura,
Feito anjo de asas estendidas,
Soprando em meu rosto a vida,
Fartura de amor consumado,
Quando a saudade impiedosa,
Insistia na ausência de tua face.
Meu sorriso fundiu-se ao infinito,
Evocando a singeleza da primavera,
Figura da minha alegria concedida,
Enamorada de beleza condizente,
Pulsação do meu peito abrasado,
Ébrio mortal afeito de amores.
Era a noite de tal modéstia,
Que a brisa poetizou o tempo,
Joia adorável de riqueza bendita,
Dádiva amorosa cordial ensejo,
Luzente vislumbre fadado,
Alento da felicidade.
Sirlânio Jorge Dias Gomes