Sedosa a manhã ilustra a solidão que
Se exila além num montão de lamentos
Remando na maresia dos meus desapontamentos
Um fiel gomo de luz deixa sua primogenitura entregue
A um fecundo silêncio que nasce quase ensurdecedor
Aconchegando este verso tão enamorado e inspirador
Abro a mochila dos meus desejos e reconstruo a
Memória escorregando pela madrugada acolhedora
Até se afogar numa onda singrado tão pacificadora
Descalço o poente aninha-se agora a uma escuridão
Refrescante e avassaladora, ungindo cada palavra
Que resvala numa rima absurdamente arrebatadora
Frederico de Castro