Escuto o sentir das palavras e então esculpo-as nos meus silêncios, dando-lhes vida forma e cor. Desejo-as, acalento-as, acolho-as,embelezo-as sempre com muito, muito amor…
Mudam-se os tempos…permanece a vontade Manobram-se tantas horas austeras e assertivas Adocicando e adornando palavras sempre furtivas
Atónita a noite deslumbra-se tão dissertiva deixando Que o vulto do silêncio se esgueire engolido por Sílabas carregadas de dopamina…tão emotivas
Já abalroada a solidão desaba amarfanhada Cavalga na quilha do tempo, até transgredir todas As maresias vagabundeando além achincalhadas
Vergada a esta escuridão gramaticalmente tresmalhada Esboroa-se a madrugada despida e espezinhada, até Confortar esta estrofe atordoada rimando com atoarda
Contra a maré que se espraia além atabalhoada Depura a noite todos os breus mais enfronhados Adormecendo inquantificáveis lamentos tão enxovalhados