Dispersos num dissonante silêncio
Um lúdico lamento subjuga a manhã
Que insólita esgravata esta saudade acólita
Quais resquícios de uma sombra solitária
A memória sapateia entre luminescências inóspitas
Até se fundir numa brisa garimpeira e indómita
O dia passarinhando neste convalescente murmúrio
Desagua anónimo pelos subúrbios da solidão que
Parasita pela ecuménica oração assaz tão erudita
Além a jusante fenece um poente desapontado e eloquente
Contenta um titânico e iridescente silêncio que fervilha
Entre a sensualidade de tantas sedosas caricias quase dementes
Frederico de Castro