Quão inútil se tornou este silêncio
Que frágeis ecos tanto, tanto acalentou
Para cada lamento que o tempo sedimentou
A lua afagando este luar tão mágico
Inspira meu verso que um afago desencantou
Embebido nesta lágrima que a tristeza ornamentou
Brota além no céu uma brisa mistral perfumando
As encostas deste inútil silêncio tão ancestral
Camuflado entre as plumas de uma caricia quase viral
Comovida a noite choraminga acossada por esta
Solidão absurdamente escultural, até tragar
De vez todo este hostil silêncio quase sobrenatural
Frederico de Castro