visita-me enquanto não envelheço toma estas palavras cheias de medo e surpreende-me com teu rosto de Modigliani suicidado
tenho uma varanda ampla cheia de malvas e o marulhar das noites povoadas de peixes voadores
ver-me antes que a bruma contamine os alicerces as pedras nacaradas deste vulcão a lava do desejo subindo à boca sulfurosa dos espelhos
antes que desperte em mim o grito dalguma terna Jeanne Hébuterne a paixão derrama-se quando tua ausência se prende às veias prontas a esvaziarem-se do rubro ouro
perco-te no sono das marítimas paisagens estas feridas de barro e quartzo os olhos escancarados para a infindável água
com teu sabor de açúcar queimado em redor da noite sonhar perto do coração que não sabe como tocar-te