Comecei a escrever numa noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste e Junho. Nela o fervor do universo transbordava e eu não podia reter, cercar, conter - nem podia desfazer-me em noite, fundir-me na noite.
No gume da perfeição, no imenso halo de luz azul e transparente, no rouco da treva, na quási palavra de murmúrio da brisa entre as folhas, no íman da lua, no insondável perfume das rosas, havia algo de pungente, algo de alarme.
Como sempre a noite de vento leste misturava extase e pânico.
Frases manuscritas por Sophia, encontradas na ponta de uma folha solta, junto de outra onde consta o que disse ser o seu primeiro poema, "Primeira noite de Verão".
Fonte: Maria Andresen Sousa Tavares e Biblioteca Nacional de Portugal