A tua cruz senhor é pouco funcional Não fica bem em nenhum jardim da cidade dizem os vereadores e é verdade E além disso os nossos olhos cívicos ficam-se nos corpos de que nos cercaste Saudamo-nos por fora como bons cidadãos Submetemos os ombros ao teu peso mas há tantos outros pesos pelo dia E quando tu por um acaso passas retocado pelas nossas tristes mãos através dos pobres hábitos diários só desfraldamos colchas e pegamos em pétalas para te saudar Queríamos ver-te romper na tarde e morrem-nos as pálpebras de sono