Os que se amaram como nós? Busquemos as antigas cinzas do coração queimado e ali que tombem um por um nossos beijos até que ressuscite a flor desabitada.
Amemos o amor que consumiu seu fruto e desceu à terra com rosto e poderio: tu e eu somos a luz que continua, sua inquebrantável espiga delicada.
Ao amor sepultado por tanto tempo frio, por neve e primavera, por esquecimento e outono, acerquemos a luz de uma nova maçã,
do frescor aberto por uma nova ferida, como o amor antigo que caminha em silêncio por uma eternidade de bocas enterradas.