Do mar para as ruas corre a vaga névoa como o bafo de um boi enterrado no frio, e longas línguas de água se acumulam cobrindo o mês que a nossas vidas prometeu ser celeste.
Adiantado outono, favo silvante de folhas, quando sobre os povoados palpita teu estandarte cantam mulheres loucas despedindo os rios, os cavalos relincham para a Patagônia.
Há uma trepadeira vespertina em teu rosto que cresce silenciosa pelo amor transportada até as ferraduras crepitantes do céu.
Me inclino sobre o fogo de teu corpo noturno e não apenas teus seios amo mas o outono que esparge pela névoa seu sangue ultramarino.