A ti fere aquele que quis fazer-me dano, e o golpe do veneno contra mim dirigido como por uma rede passa entre meus trabalhos e em ti deixa uma mancha de óxido e desvelo.
Não quero ver, amor, na lua florescida de tua fronte cruzar o ódio que me espreita. Não quero que em teu sonho deixe o rancor alheio esquecida sua inútil coroa de facas.
Onde vou vão atrás de meus passos amargos, onde rio um trejeito de horror copia minha cara, onde canto a inveja maldiz, ri e rói.
E é essa, amor, a sombra que a vida me tem dado: é um traje vazio que me segue coxeando como um espantalho de sorriso sangrento.