Hoje é hoje com o peso de todo o tempo ido, com as asas de tudo o que será amanhã, hoje é o Sul do mar, a velha idade da água e a composição de um novo dia.
À tua boca elevada à luz ou à lua se acresceram as pétalas de um dia consumido, e ontem vem trotando por sua rua sombria para que recordemos teu rosto que morreu.
Hoje, ontem e amanhã se comem caminhando, consumimos um dia como uma vaca ardente, nosso gado espera com seus dias contados,
mas em teu coração pôs sua farinha o tempo, meu amor construiu um forno com barro de Temuco: tu és o pão de cada dia para minha alma.