47 online
Escritas.org
Autores
Poemas
Citações
ao Acaso
Portal
Login
Modo escuro
Português
Español
English
Login
pt
P
oSel
0
poema
Yeti
Modal title
Lista
Autor
Biografia
Atividade
Multimédia
Estante
Livro
Poema
0 Comentários
0 Gostos
Autor
57 Comentários
1771 Gostos
62 Seguidores
Manuel Bandeira
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
Nasceu a 19 Abril 1886 (Recife, Pernambuco, Brasil)
Morreu em 13 Outubro 1968 (Rio de Janeiro, Brasil)
Veja Também
Al Berto
Juan Ramón Jiménez
Bertolt Brecht
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Mário de Sá-Carneiro
CORASSIS
56
manuel-bandeira
Comentários
Gostos
A Dama Branca
A Dama Branca que eu encontrei,
Faz tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Era sorriso de compaixão?
Era sorriso de zombaria?
Não era mofa nem dó. Senão,
Só nas tristezas me sorriria.
E a Dama Branca sorriu também
A cada júbilo interior.
Sorria como querendo bem.
E todavia não era amor.
Era desejo? — Credo! De tísicos?
Por histeria... quem sabe lá?...
A Dama tinha caprichos físicos:
Era uma estranha vulgívaga.
Ela era o gênio da corrupção.
Tábua de vícios adulterinos.
Tivera amantes: uma porção.
Até mulheres. Até meninos.
Ao pobre amante que lhe queria,
Se lhe furtava sarcástica.
Com uns perjura, com outros fria,
Com outros má,
— A Dama Branca que eu encontrei,
Há tantos anos,
Na minha vida sem lei nem rei,
Sorriu-me em todos os desenganos.
Essa constância de anos a fio,
Sutil, captara-me. E imaginai!
Por uma noite de muito frio
A Dama Branca levou meu pai.
Carnaval
1919
57183