Sempre
Nunca levar alguém no peito, mas sim no esquecimento tem sido minha sina. sempre nunca ter a metade que já mais me completou tem sido fado ate para o colar que eu ouso, que desde sempre falta a metade d'um coração. Caminhar e esperar e perder e chorar e amar só, me parece ter sido ordem divina, pois pecado seria se eu não fosse assim.
Dançando ao vento feito a chama de uma vela vou gastando a vida como se fosse a cera, abandonado e sem ter a quê iluminar. nunca respondo pelo sim, mas sempre pelo não... sou sinônimo de navio perdido a vagar vagar e de estrela sem sem constelação. minhas mãos são Gueiros sem força se a batalha for vencer, mas que levantam montanhas se a batalha for perder perder. minhas ilusões e desiludidas ilusões são traços de realidade... - da minha realidade machucada !
Pano de lagrimas não encharcado, gotas de mares de lagrimas não chorada e nada vez nada... tudo isso tenho estocado dentro de mim, como um tesouro um agridoce tesouro! E há sempre mais espaço para mais. cachoeira de alegria que secou , voo da vida que esfolou a cara no chão e o trágico romântico que ainda
não se suicidou, - e nem vai!, porque dói menos morrer do que perder ... - Sou a hipérbole do sofrimento!
Por isso, de tanto beber solidão sinto gosto de fel ate no pensamento e de
tanto conversar com o silencio ouço adeus ate do vento e de tantos e por todos
abraços não dados... - sou um vácuo preenchido de esquecimento. Mas quase se não ninguém me viu passar por de fora da vida e por de trás do mundo e no fundo de tudo, com coração batendo e com os olhos brilhando e com muito frio.