Lá vai ela,
Prostituta do tempo,
Vende-se ao segundo que passa
Caminha, sozinha e descompassada
Um passo á frente do horário previsto
A eternidade, leva-a nos olhos,
Esquecida do Amor que deixa lá atrás
Nos pés, calça o enigma do imprevisto
E nos cabelos leva o perfume da flor do acaso
Sai á rua mascarada de boas intenções
Tenta quem a olha e cativa quem a quer agarrar
Quando sente que o desejo a persegue
Perde-se entre um segundo e o outro
Foge do tempo, e o tempo foge dela
Apressa o instante das horas tardias
Falta ao compromisso marcado
Atrasa-se nos quartos da espera...
Com o desconhecido do momento
Sedutora, passeia-se nua
Percorre a calçada do costume...
Na rua,
Todos sabem o seu nome...
Chama-se Vida...