JAILSON

JAILSON

1978-03-12 SALVADOR
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Alguns Poemas

SANTA CEIA

Você nunca se importou com as incontáveis palavras presas em minha garganta

E nunca percebeu que só por ti a minh'alma anseia

Que eu fiz transbordar de prantos as taças da santa ceia

E ensopei de lágrimas a toalha desta ceia santa.

De tanto esperar-te solitário

Debruçado e pensativo nesta mesa

Eu vi o meu amor converter-se num calvário

Eu senti o pranto escorrer em minh'alma como correnteza.

Num destes dias nossas almas atraíram-se como um imã

E a minha mente não conseguia pensar em outra coisa que não fosse você

Hoje padecendo de ânsias te espero manhã após manhã

Com o peito molhado pelo choro que não consigo conter.

Ao lembrar de tua alma que negaceia

A minha dentro do meu próprio corpo

Embora você não creia

Eu nunca mais vou esquecer o teu rosto

Nem os teus gestos ora de amor intenso, ora de pura amizade.

Vindo a mim de madrugada...

Abandonando-me nesta eterna saudade

Deixando-me sem amor, sem alegria, sem nada.

Passam os anos e a mesa continua posta

E eu continuo a esperar-te e a sofrer

Por desejar tanto o teu corpo que nunca se encosta

Ao meu mesmo que eu venha merecer.

Você nunca se importou se nesta ceia eu tenho sorrido ou chorado

Se eu estou mal ou se estou bem

Se estou satisfeito ou angustiado

Eu só sei que depois de ti nunca mais eu amei ninguém!

Dias virão em que não mais implorarei que o teu carinho

Envolva-me de repente e me dê alento

Que não mais assentar-me-ei a mesa sozinho

Tendo a tua presença só em pensamento.


Dias virão em que libertar-me-ei dos teus

Encantos que deixam-me sem saída

E que não mais pedirei a Deus

Para trazer-te de volta para minha vida.

Dias virão em que não mais terei de comer este pão

Com tamanho desgosto

Que não mais esperarei tu entrares em meu coração

Para envenenar-me com o próprio vinho que eu tenho posto

Nestas taças límpidas de cristais

Que o meu sangue avermelhou as bordas que outrora estavam sem cor

Quando senti em meu interior

A dor dos cortes das lâminas de metais.

Que cortaram-me sem que ao menos eu esperasse

Eu perdi as contas das vezes que a tua imagem conturbou minha mente

Se nesta santa ceia toda esta tristeza no meu rosto não se estampasse

Eu não traria no corpo esta alma plangente.

Que diante de uma ceia padece de fome

Fome... sim fome de amar

Passo noites em claro a gritar seu nome

E já não consigo escrever sem chorar.

Pois escrevo para ti somente

A essência deste amor sagrado

Crio versos desesperadamente

Bebo aos goles o vinho do pecado


Embriago-me e meus olhos vertem lágrimas de cristais

Entre a santidade e a profanação começo a oscilar

Ainda que você não volte para mim nunca mais

Mas eu nunca vou deixar de te amar.

Escritor Jailson Santos

JAILSON SANTOS – Bacharel em Direito; Pós-Graduando em Direito Penal e Processo Penal – UNIFACS; Pós-Graduando em Docência do Ensino Superior – UNIFACS; Ciências Criminais – Escola de Magistrados da Bahia; Direito Militar - Escola de Magistrados da Bahia; Juiz Arbitral pela OJUPAE – Ordem Brasileira dos Juízes Arbitrais; Perito do Ministério da Cultura; Consultor de Projetos Culturais; Professor do Curso A Evolução do Direito Penal Aplicado a Capoeira; Professor das Oficinas de Expressões Plásticas do Mus-e Brasil; Escritor Acadêmico; Autor de 21 livros; Escritor Honoris (Miami-USA) Escultor habilitado em escultura em madeira e história da arte pelo MAM-Museu de Arte Moderna da Bahia; Artesão reconhecido pelo Instituto Mauá de Artesanato; Embaixador da Paz (Nova Iguaçu) Cônsul da Confraria Chilena de Escritores (Chile); Membro da Associação Mundial de Poetas (Estados Unidas); Membro da Rede Mundial de Escritores em Espanhol (Espanha); Imortal da Academia de Letras do Brasil; Imortal da Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias; Membro Efetivo da Academia de Cultura da Bahia Presidente Nacional do Projeto MUS-E BRASIL.

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