Fala de chuva e gente


Um dia perguntei à chuva o tempo
Me respondeu em gotas de pensamento
A mão, o luar e o coração.
Me pediu que lhe trouxesse a nuvem
E a coragem de lhe abraçar.
Lhe respondi que não podia
Gente não abrachuva
Nem abranuvem
E pouco pensa o tempo
Gente falama
Gente ama!
Parou num silêncio de orvalho
E em choro de quem não podia
Não podia também…
Expliquei que sim, podia
Porque na terra amor tem.


Poema escrito, em jeito de homenagem, quando Mia Couto recebeu o Prémio Camões 2013
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