Soturno

A noite deslizava em minha pele afiada como uma faca.
Sangrava estrelas cadentes e fugia deixando um rastro luminoso
De sangue e poesia...
Notas musicais absurdas se fundiam aos meus versos
Esvaíam liqüefeitos atmosferas insanas
Nunca mais serei engolido por obscuridades...
Luto contra o que é treva,
e mesmo ferido,
continuo a brilhar

Incandescente.
Esse é meu dom - o de sustentar aquilo que não se apaga
O que insiste, mesmo em flagelo
A permanecer brilhante aceso e ardente.
Eu alimento as noites insones
Não me curvo perante as sombras
Sangrando estrelas, ilumino o caminho até que o sol se estabeleça majestoso.
Entre os braços do sol,
me aqueço inocente contra as manhãs frias.

E sei que o escuro voltará
Sei que sangrarei
Cairei
Rastejarei
E cada palavra
Arderá feito brasa
Nos meus olhos soturnos.
A lua me colocará em queda
Mas eu me levantarei
Sempre.
786
0

Mais como isto



Quem Gosta

Quem Gosta

Seguidores