Mar Interior

O veleiro se perde no mar. No mastro,
cicatrizes do rosto. Espero a maré.
A volta da vela branca purificando
os olhos.

No horizonte o azul estagnado.
A ternura do tempo das amêndoas.
O beijo ficou além da geografia
e crucificou o lábio seco.

Sou marinheira do cansaço, da aceitação.
O desamor toma conta do mar interior.
Salgo a retina na água verde. O vazio
contorna os dedos. Dedos esquecidos do calor.

O que existe além dos nossos olhos?
Uma flor branca esperando o branco dente.
O exílio se alonga e a vida é cardume.
Há de chegar o vento. A imensidão dos anos.
Pouso da terra.

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