Sexta feira, depois de almoço
Um intruso a quem foi concedida a oportunidade de violar a privacidade de alguém.
Um intruso que parece ter ficado, provisoriamente, com o lugar de um ‘‘voyeur’’ abastado.
Um intruso que não se sente minimamente incomodado com a intrusão.
Um intruso que não se sente incomodado por violar a intimidade de uma relação.
Um não intruso que se sente profundamente incomodado pela violação da sua privacidade.
Sua, de ambos que não o intruso...
Que pensaria o intruso de uma situação inversa?
Dentro das paredes de uma qualquer divisão da casa, dentro das palavras bonitas, sem sentido de verdade, palavras de duplo sentido, o intruso aprisiona a relação de intimidade.
A subtileza bacoca de uma pretensa amizade esquecida temporariamente.
Sentimentos postos em standby...
Um "amor intruso" que mais não é que uma indignidade.
Do intruso amigo.
De ambos, onde se inclui o dito cujo.
Falar não é amar.
Acarinhar, dentro de um abraço, não é amar.
Falar de amor não é amar.
Convidar não é amar.
É subterfúgio dos fracos.
Um intruso amigo não é gente de amar.
Gente de Amar tem de ser Gente.
Que não intruso...
Alexandre Silva.
8 Abril 2019
Escrita 2019