NUMA ROCHA PINTADA
Aqui, ali, acolá
Lá, põe-se em brados
aos amados, um olá
Oxalá, que finda os fardos
despida no pé
Fé não lhe falta
alta; é luz de axé
crê, colhe o que planta
Às vezes esquisita
bonita, seu jeito natural
fenomenal e infinita
bendita, sem igual
E de repente
o pente passa
massa inconsistente
presente nessa abadalassa
Pouco dura
ou perdura a alegria
que de dia é escura
e impura a sua energia
Senhora; mãe e tia
com simpatia e pureza
firmeza; sua garantia
da empatia na sua acoiteza
Tantas tentativas tentadas
coetada; findou na luta
astuta, nunca derrotada
amada pela sua labuta
Rápido evapora
estoira a alegria alegre
que é jegre e caipora
a toda hora, quase um segre
agora está lá estendida
Já perdida. E o que aconteceu?
Meu! de morte morrida
a sofrida morreu
Uma estranha morte
sem sorte matou-lhe feio
no meio de luta forte
suporte falhou por receio
- E quem foi?
Foi ele, o abutre
Futre; nada sente
decrescente; nada nutre
deslustre; é indiferente
é um flagelo
nada belo; abutre é quiconha
Não sonha; é o 'pesadelo'
faz o elo com a vida tristonha
dono de ochas
Pochas! tanta tinta
que finta entre rochas
E na ROCHA pinta
Pintou na Rocha
meteu á brocha, a dona alheia
arreia, apagou-lhe a tocha
com a trocha na areia
o abutre não tem alma?
calma, ele não falha
baralha com drama
e trauma a gente que batalha
o abutre é um vírus
vampiros - criado pelo sistema
sem emblema, não há Cirus
Pois, a tiros faz o problema
É gente azulada
com nada, se não arma
seu carma, sua morada
é granada que tudo alarma
Quantas JULIANAs
anganas há de tirar
o seu ar, aissana?
danas, sim todo lar
E pelo 'KAFRIQUE'
um arrepique se fez
Talvez, fique
em sua psique a lucidez
E o que vejo?
mil pejo despejado
o bocado de desejo
ao beijo deitado
E do seu homem?
Somem as vontades
vaidades não comem
dormem todas idades
E o que vejo?
Nada cor de rosa
sem esposa, só viúvo
Vivo, na estrada espinhosa
desastrosa, sem mais adjectivo
Está em rochedos
Três segredos deixados
descuidados, medos
de bruxedos, acompanhados
segredos são três filhos
sem brilhos, de olhos secos
dos becos de seus trilhos
e sarilhos sem ecos
O que vejo?
Um novo czar no paço
com bagaço da ralé
Pois é, é um lerdaço
e palhaço quem nada vê
Mais um com escolta
que solta juras
Impuras por nota
Agiota de ideias duras
Hoje o 'João' Baptista
avista um baptizado
Hipnotizado, que conquista
a pista após lesado
Viúvo com emprego
é cego, mas o que escolher?
o que colher? Um patego
sem ego e sem mulher
Sim, a promessa
é essa; de empregar
é pegar a tua princessa
espessa e a apagar
- 12 - 03 - 019
~ Em memória à Juliana Kafrique.