Jorge

Amor destruído


Jogado no espaço estilhaçado ao vento

Transformado em estrela

E o Céu que desaba e me joga ao chão

E a velocidade em fogo me transforma

E ao tocar ao chão uma grande explosão

É o fim de um amor que se destrói com o tempo

Mas o tempo é bondoso e o vento caridoso

E recolhe de novo meus pedaços ao chão

E a chuva que cai solidifica meu corpo

E um anjo entrega uma alma a este corpo

E eu me cinto capas de amar de novo

Jorge Carlos

Abecedário do amor

Amor que jamais se apaga

Beijo que cala minha voz e me conduz ao silencio

Chama que em meu peito brotou em forma de amor

Dama que despertou neste homem um louco desejo

Essência que cresse a cada dia em meu peito

Flor que me embriago ao exalar o teu cheiro

Gozamos como fera no cio, com um vasto desejo?

Homem e mulher que se torna um só a tratar de desejo

Implosão de tesão e desejo a se chocar pelo a pelo

Juras de a mor faladas entre muitos e muitos beijos

Louco de amor conduzido pelo desejo

Musa dos meus sonhos dona dos meus sentimentos

Nos teus braços entreguei-me por inteiro

Os teus beijos me conduzirão ao silencio

Palavras somem ao vento

Queima a paixão em meu peito

Razões se confundem se perderam

Sinto um calor que emana no corpo inteiro

Tenha-me possua-me sem medo

Uma o seu corpo a este outro extremo

Violenta paixão que nos torna um só com um vasto desejo

Jorge Carlos

Cego

Eu queria ser cego

Eu queria que a paixão me cegasse

Eu queria que o coração parasse

Pra não doer tanto assim


Eu queria que paixão me cegasse

Eu queria não mais sentir

Eu não queria sentir tanta alegria

E ver a tristeza se apossar de mim

Eu queria que paixão me cegasse

Que em sonhos não me visitasse

Que o despertar não me revelasse

O pesadelo de não te ter aqui


Eu queria que paixão me cegasse

Eu não queria que meu alhar não buscasse

Ver sua face desesperado assim

Jorge Carlos

Quarto vazio






Em um quarto vazio

Jogado ao centro de uma cama

Abraçando meu próprio corpo

Encostando meu joelho ao queixo

Estremecido por um constante frio

Vendo seu reflexo no espelho da saudade

Amparado aos braços da dor

Debruçado no ombro da solidão

Como se fosse uma ave

Abatida em seu vôo clássico

Por uma bala chamada amor

Que fez com que minhas asas se fechassem

O ar não mais me segurasse

E outro destino não houvesse

A não ser se arrebentar ao chão

A guerra

Veja quantas maravilhas que o homem criou

Veja a inteligência que o homem adotou

Veja o homem se destruir

Com as próprias maravilhas que criou

Veja a ambição do homem que a guerra o levou.

Veja o anoitecer estrelado

Hoje pelo fogo rasgado a anunciar que a morte chegou

Veja o silencio da noite quebrada por gritos desesperados

De homens mutilados

Veja a terra banhada pelas lagrimas e sangue

Que do corpo do homem jorrou

Guerra que o próprio homem criou

Insensato louco , repugnante o ato do homem

A guerrilhar pela terra que Deus a todos deixou


Jorge Carlos