Ó chagas essas tão eternas. Despertai-me, Senhor, os vazios. Perdoai-me, Senhor, os infiéis. Libertai-me, Senhor, os cativos.
Ó chagas essas tão eternas. Curai-me, Senhor, os inculpados. Embalai-me, Senhor, os incriados.
Desfraldai-me nos estendais do solário o branco enxágue das minhas verdades derradeiras.
Ó catarse! Se tudo o que sorrides de mim e do erro sorris é o quer vós fazeis? Por que então choreis a dor do vosso lastimoso pranto? Ó cães! Se tudo o que sorrides de mim e do modus sorrir é o que sabeis? Por que choreis o ébrio que vos abateis o Ebro desencanto?
Ó chagas essas tão eternas. Não os deis a saberem do sol que não há. Não os deis a saberem! Não os deis a luz! Não os deis a saberem do orgulho que ressuma de todas as minhas chagas.
Hás-me de ser – de o mau, e o mal ser belo o bom não saber? Hás-me de ser - de o bem, e o mal me quer ser o bem querer? Ó deu-as nas águas ondulantes de Tessália uma profecia anunciada: doravante chagas eternas essas tão curadas.